Luís Fernando Gonçalves da Silva, egresso do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), desenvolveu um álbum que trata de parte das espécies de Myrtaceae, família de plantas de frutos carnosos como as jabuticabas, pitangas, goiabas, entre outros, encontradas no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso). O projeto foi parte da dissertação de mestrado profissional da Escola Nacional de Botânica Tropical - ENBT, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Em linguagem leve, para ser
melhor compreendido pelos visitantes do Parnaso tanto quanto por especialistas,
o álbum traz informações sobre 49 espécies, acompanhadas por fotos das plantas
com suas flores e frutos. Além disso,
apresenta o Parque, uma Unidade de
Conservação Federal com aproximadamente 20 mil hectares, localizada no
Estado do Rio de Janeiro, nas montanhas que têm como pontos icônicos o Dedo de
Deus e a Pedra do Sino. O guia é uma publicação conjunta do Instituto de
Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) e do Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
“O mestrado foi incrível. O
Jardim Botânico reúne os recursos necessários para desenvolver o trabalho de
maneira adequada, tem o herbário com a maior coleção de espécies botânicas do
Brasil e a maior coleção de espécies da Serra dos Órgãos, que foi o foco do meu
estudo. Fiz coletas e enriqueci ainda mais o herbário do Jardim Botânico com
coletas”, destaca Luís. Ele utiliza o método do "caminhamento livre",
com o qual faz as coletas, fotografias e completa com o georeferenciamento.
Foram dois anos de pesquisa para o mestrado com a orientação de Marly Pires Morin,
do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e coorientação de Marcelo da Costa Souza,
da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Luís conta que a família de mirtáceas é bem extensa e que a Mata Atlântica
do Parnaso é muito rica. “Por conta do aspecto de altitude da Serra dos Órgãos
temos quatro tipos de formações florestais dentro da Mata Atlântica. A parte
mais baixa é chamada de floresta Baixo Montana; mais para o meio da serra temos a
Montana; acima de 2 mil metros temos a floresta Alto Montana e a parte alta, onde
temos florações de campo, fica a floresta Campos de Altitude. Nessas quatro
formações encontramos diferenças de índice hídrico e de iluminação, e, portanto,
diferenças de espécies também. O estudo abarcou justamente essa relação, as espécies
encontradas no parque e como elas se distribuem nessas formações”, explicou o egresso,
que se formou no Unifeso em 2012.
Por Juliana Lila
Gerencia de Comunicação -Unifeso